Você está vendo o celular e aparece um influenciador gente fina compartilhando uma dica útil no Instagram que ensina como bombar nas redes sociais. Ou de como proteger o seu Iphone contra roubos. Estes vídeos curtos são hipnotizantes. Têm fala acelerada, edições repletas de corte. e têm o efeito de fazer você colar os olhos na tela para aprender e usar a dica. O formato funciona, impulsiona o tempo de visualização (do influenciador) e aumenta o alcance das postagens.
A pergunta: você utiliza estas dicas ou as deixa marcadas para usá-las em algum momento num futuro distante ou não?
O fato é que muitas dessas dicas são imprecisas, desatualizadas ou simplesmente irrelevantes. A linguagem acelerada cria uma sensação de urgência e autoridade. Dificulta que o espectador questione a veracidade da informação.
Dica no Instagram e TikTok
A verdade é que estes tipos de vídeos em redes como o Instagram ou TikTok beneficiam mais os criadores de conteúdo do que você. Quanto mais tempo o vídeo mantém você assistindo, maior é a recompensa que eles recebem dos algoritmos das plataformas.
E mais: nem sempre esses vídeos priorizam a utilidade. Em muitos casos, o objetivo central é gerar engajamento — cliques, curtidas, compartilhamentos e comentários — para alimentar a própria visibilidade do influenciador. É claro que há muita gente boa compartilhando conteúdos legais. Mas é sempre bom ficar atento com dicas inúteis porque há o risco de que informações distorcidas se espalhem em escala, afetando especialmente usuários menos familiarizados com tecnologia.
A solução pode passar por dois caminhos: mais responsabilidade dos criadores e mais senso crítico de quem assiste aos vídeos. No final, a linha que separa “conteúdo útil” de “isca para engajamento” pode ser muito mais tênue do que parece — e quem paga o preço dessa desinformação é, quase sempre, você.