Na década de 1980, o empresário Humberto Saade, conhecido por promover a modelo Luiza Brunet, organizou uma grande festa em Paris para divulgar sua marca de roupas, Dijon. Saade não economizou nos gastos – desde as passagens de primeira classe dos convidados até o aluguel de um castelo e o champagne servido. Um jornalista francês, impressionado com o extravagante evento, perguntou por que ele estava investindo tantos milhões tão longe do Brasil. A resposta de Saade foi:
– Se eu fosse pobre e tivesse apenas 1 real, te digo que investiria esse dinheiro em marketing.
Marketing é tudo
Marketing é tudo? Não é tudo, mas segue a lógica da lei de mercado: só vende quem aparece; quem não aparece, não vende. O nome dessa lei é “alcance”.
Esse é o motivo do sucesso da mídia que, desde os primórdios, tem o papel de conectar pessoas às empresas que oferecem produtos por meio de anúncios. Esse também é o motivo do sucesso de artistas, artesãos, pequenas e grandes empresas que ganham visibilidade por meio de postagens e da exposição digital.
2024 não tem sido um ano fácil para quase ninguém no Brasil. A taxa Selic deve encerrar o ano em 11,75%. O Boletim Focus, do Banco Central, projeta para 2025 e 2026 taxas Selic de 11% e 9,5%, respectivamente.
Com taxas nesses patamares, os agentes financeiros, as grandes empresas e as grandes fortunas vão preferir emprestar para o governo a investir na economia real. E, com isso, vão parar de investir para crescer e, em última análise, deixarão de investir em marketing.
Isso significa que as empresas vão interromper suas operações e focar apenas no mercado financeiro? Vão parar de investir em comunicação e marketing, deixando de aparecer e, consequentemente, de vender?
Voltando a Saade. Ele era um mestre nas vendas, e tudo o que fazia dava certo – de colchões a roupas e comida. Não era um gestor comedido e, segundo diziam, enfrentava dificuldades financeiras na época de sua morte, aos 78 anos. Mesmo assim, de acordo com Lu Lacerda, ele deixou um prédio inteiro na Rua Farme de Amoedo, em Ipanema, para suas duas herdeiras.

